sábado, março 09, 2013

Garranos bravios do Parque Nacional da Peneda-Gerês: análises coprológicas apontam para uma elevada infeção de parasitas (estrongilídeos)

Encosta do Pisco, Serra do Gerês (cerca de 700 m de altitude). Parque Nacional da Peneda-Gerês

     O Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), considerado pela UNESCO como Reserva Natural da Biosfera e o único parque nacional em Portugal, recebeu a sua classificação em 1971.
Uma das espécies que mais se destaca no âmbito da fauna do Parque Nacional Peneda Gerês são os cavalos Garranos, os quais fazem da fauna autóctone do PNPG. Esta raça de cavalos é bastante antiga e tem conservado a sua morfologia ao longo da história. É comum ser criado em liberdade, sendo portanto um cavalo tendencialmente semi-selvagem dada a mínima intervenção do ser humano na sua criação.
       Em termos morfológicos, o cavalo garrano é um ser de pequeno porte, com altura média de cerca de 1,35 m, com pelagem castanha comum ou castanha escura, sendo mais clara no focinho. As crinas são mais escuras, pretas por vezes, tal como a cauda, com pelos encrespados. São animais que exprimem um temperamento geralmente receoso para com o ser humano quando não criado por si ou na sua presença. Caso estas últimas condições se verifiquem são animais bastante dóceis e ideias para famílias e crianças. É um animal muito resistente, adaptando-se com bastante facilidade a terrenos ingremes, podendo também, quando domesticado, percorrer longas distâncias com cargas consideráveis, sendo um animal ideal para executar tarefas agrícolas.

     Um grupo de alunos do Colégio Valsassina está a desenvolver um estudo que incide, essencialmente, sobre o parasitismo gastrintestinal dos Garranos Bravios do PNPG. A compreensão deste elemento pode contribuir não só para aumentar o conhecimento sobre este grupo de animais, mas acima de tudo pode fornecer dados que visem uma melhor gestão e conservação de um importante património natural autóctone.
     Os primeiros exames coprológicos (análise dos dejetos dos animais recolhidos durante o mês de janeiro) revelam a presença uma elevada prevalência de animais infectados, sendo que os mais comuns são os nemátodes da família Strongylidae, designados vulgarmente por estrongilídeos. Embora ainda provisórios, os resultados obtidos parecem apontar para a necessidade de um regular acompanhamento desta população, visando a avaliação do estado seu sanitário.

Agradecimentos: A realização deste trabalho não teria sido possível sem a colaboração da Prof. Maria do Mar Oom, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e de António Rebelo, técnico do Parque Nacional da Peneda-Gerês, pelo tempo e apoio disponibilizados para a realização deste projeto.

Catarina Caçote, Gonçalo Pereira, Joana Duarte. Colégio Valsassina

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