No passado fim-de-semana realizou-se, no Algarve, o projecto Bioblitz. A acompanhar todos os trabalhos esteve uma equipa de Jovens Repórteres para o Ambiente. A nossa aluna Filipa Louro (12º 1A) fez parte dessa equipa. Aqui deixamos alguns trabalhos produzidos durante este evento.
Apontando os “faróis” aos Gambuzinos
2008-10-17
Na senda dos mais esquivos habitantes de Gambelas, partimos noite dentro, de lanterna em punho e curiosidade aguçada.
Superando o cansaço, perscrutando a mata Algarvia em busca do mais ínfimo indício de actividade animal nocturna, apurámos os sentidos: de olhos postos no chão, revirando pedras e folhagem, e ouvido desperto para os ruídos, os gambuzinos tomaram forma.
Sapos e osgas comuns, rãs – verdes, aranhas e muitos insectos tornaram real a busca hipotética, aparecendo sob o olhar de observadores inexperientes, figs 1 e 2. Outros residentes como o camaleão, o sardão, e as corujas – do - mato e da torre, recusaram-se a sair dos seus refúgios, e a dar alento à demanda dos jovens investigadores. Estes, porém, perseverantes, nunca perdendo a motivação, continuaram a busca, crendo sempre nos resultados que não viriam a chegar: os vertebrados mais desejados, das cobras-de- água – viperina aos cágados - mediterrânicos, negaram a sua presença.
Apesar de curto, o inventário - relâmpago prosseguiu. Apontando os “faróis” a cantos e recantos, remexendo arbustos e afinando a vista, quase víamos tudo, imaginávamos tudo.
À noite, a fauna activa após o crepúsculo, atinge o auge do seu fulgor. Não deixa, contudo, de ser discreta, e de se mostrar tímida perante estranhos jovens que trazem na mão o dia.
Em Gambelas, a farolada completou a maratona biológica iniciada pela manhã, dando a conhecer a biodiversidade nocturna. Surpreendemos, assim, os habitantes do Campus em todos os seus graus de actividade.
Há gambuzinos em Gambelas? Claro.
Texto: Filipa Louro
Fotografia: Marta Paiva
Fotografia: Marta Paiva
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