Cada português produz, em média, 511 kg de lixo por
ano.
A separação dos resíduos nos ecopontos permite
poupar energia e recursos naturais.
Um
estudo realizado por alunos do Colégio Valsassina determinou que cada pessoa
produz cerca de 0,4 kg de lixo por dia. Para a Agência Portuguesa do Ambiente,
de acordo com os últimos dados disponíveis, cada português produz em média 511
kg de lixo por ano. Nos últimos anos tem-se assistido a um aumento da produção
de resíduos urbanos em Portugal que se verifica numa taxa superior ao
desenvolvimento económico. Embora tenhamos apurado que na área da grande
Lisboa, cada vez os portugueses separam mais e melhor, é
evidente a necessidade de
atuar ao nível da prevenção dos resíduos e da sensibilização das populações
para a necessidade da sua redução e reutilização.
A designação “Resíduos Sólidos Urbanos” (RSU)
é um termo abrangente que diz respeito aos resíduos domésticos e aos resíduos
provenientes de estabelecimentos comerciais e do setor dos serviços.
Numa investigação realizada no Colégio
Valsassina no âmbito da disciplina de Ciências Naturais (8º ano), procedeu-se à
determinação qualitativa e quantitativa dos resíduos produzidos durante dois
dias num agregado familiar (com seis pessoas). Os dados recolhidos apontam para
uma produção média de 0,4 kg RSU/dia/per capita.
Segundo dados do Censo de 2011, na Área
Metropolitana de Lisboa vivem cerca de 2,8 milhões de pessoas. Se considerarmos
que, em média, cada habitante desta região produz uma quantidade de RSU
semelhante à obtida no estudo, estima-se que todos os dias sejam gerados 1 064
000 kg de RSU. De acordo com o Sistema de Gestão da Informação sobre Resíduos,
em 2005 a produção de RSU em Portugal Continental atingiu 4,5 milhões de
toneladas (cerca de 1,24 kg/habitante/dia).
Sofia Mota, técnica da Valorsul, esclarece que em
média, cada português produz cerca de 1,5 Kg de lixo/dia. Esta empresa é responsável pelo tratamento e
valorização dos resíduos produzidos em dezanove Municípios da Grande Lisboa e
da Região Oeste.
Os dados recolhidos no Colégio Valsassina são
inferiores aos apresentados pela Agência Portuguesa do Ambiente. De acordo com
os resultados publicados por esta agência em janeiro deste ano, cada português
produziu em média 511 quilogramas de lixo em 2010, num total de 5,1 milhões de
toneladas, valor acima da meta fixada para Portugal (de acordo com o Plano
Estratégico para os RSU), contudo ligeiramente abaixo da média europeia (512
kg/habitante).
Nos
últimos anos quinze anos, a produção de resíduos urbanos em Portugal tem
aumentado a uma taxa superior ao desenvolvimento económico, que, entretanto,
desacelerou devido à crise económica. Não obstante, Sofia Mota realça que, “na área de intervenção da Valorsul, cada vez os
portugueses separam mais e melhor”. Segundo esta técnica “a maioria dos
resíduos produzidos na área de intervenção da Valorsul são provenientes da
recolha indiferenciada, cujo destino é a Central de Valorização Energética
(incineradora)”. No entanto, afirma Sofia Victória, técnica da Direção Municipal de Ambiente Urbano da Câmara Municipal de Lisboa, “existem apenas duas
incineradoras em Portugal Continental (Valorsul e Lipor), pelo que a maior
parte dos resíduos provenientes da recolha indiferenciada, a nível nacional,
vai para aterros sanitários”.
Na cidade de Lisboa a opção pelas Eco-ilhas, em substituição dos
tradicionais ecopontos, e a recolha selectiva Porta-a-Porta, tem permitido
aumentar as taxas de recolha de RSU.
Estes dados realçam o facto de os resíduos
constituírem um dos maiores problemas ambientais do século XXI, mas não podem
ser apenas as entidades governamentais, municipais ou operadores privados os
únicos envolvidos na sua gestão. Para responder a este desafio, é muito
importante que todos os cidadãos ponham em prática a Política dos 3R’s -
reduzir, reutilizar e reciclar. Por isso, “para
a Valorsul a prioridade é alertar para a prevenção/redução na produção de
resíduos”, diz Sofia Mota. Além disso, produzir materiais a partir de
resíduos consome menos energia do que faze-los através de matérias-primas
virgens.
A produção indiferenciada e continuada de
resíduos provoca um aumento na utilização de matérias-primas e energia, com
consequências muito severas na sustentabilidade dos ecossistemas. É
imprescindível a aquisição de uma maior consciência ecológica, centrada na
redução, reutilização e reciclagem dos resíduos produzidos.
Agradecimentos. Este
trabalho não teria sido possível sem a colaboração e informações da Dra Sofia
Victória da Câmara Municipal de Lisboa, da Direção Municipal de Ambiente Urbano –
Divisão de Educação e Sensibilização Sanitária; assim como da Eng. Sofia Mota da
Direção de Comunicação da Valorsul.
Jovens Repórteres para o Ambiente. Colégio Valsassina. Francisco Águas (8ºC), Carolina Fonseca
(10º1A)
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