A maioria dos professores envolvidos no programa
Eco-Escolas refere evitar o uso de ferro de engomar em casos pontuais; usa
programas de baixa temperatura na máquina de lavar roupa e opta pela compra de
eletrodomésticos mais eficientes. Estes são alguns dos dados de um estudo que decorreu
em janeiro e fevereiro, deste ano, e que envolveu 649 elementos. A generalidade
dos inquiridos tem um conhecimento médio-alto sobre o uso eficiente e poupança
de energia e uma atitude “positiva” face à conservação de energia. No entanto,
há dados que motivam reflexão, tal como o facto de uma parte significativa dos
participantes ainda deixar equipamentos, como as televisões, em stand-by.
A Educação para a Sustentabilidade é particularmente importante
perante a atual crise e a escola desempenha um papel fundamental. Neste
contexto, foi desenvolvido, em janeiro e fevereiro de 2012, um estudo, através
do qual se pretendeu identificar comportamentos relacionados com o consumo de
energia. Contou com a participação de 504 professores envolvidos no programa
Eco-Escolas (EE) e 145 elementos do Colégio Valsassina (CV), uma Eco-Escola há
9 anos.
Quando
questionados sobre quais os principais comportamentos relacionados com o
consumo de energia, os inquiridos demonstraram que, de uma forma global, têm um
desempenho ambiental de nível médio bom. Por exemplo, a maioria dos
participantes (92% EE; 93/CV) afirma: evitar o uso de ferro de engomar em casos
pontuais; optar (sempre ou muitas vezes) pela compra de eletrodomésticos mais
eficientes (89% EE; 86% CV); assim como pela compra de lâmpadas economizadoras
(93% EE; 92% CV). A maioria (88% EE; 81%CV) usa (sempre ou muitas vezes)
programas de baixa temperatura na máquina de lavar roupa. Por sua vez, considerando
as respostas “sempre” e “muitas vezes” 97% dos participantes refere apagar
sempre as luzes de uma divisão quanto esta está vazia.
Por outro lado,
no Colégio Valsassina, 21% dos participantes declara (sempre ou muitas vezes)
deixar os carregadores de telemóveis ligados depois da bateria estar
completamente carregada; na rede EE, apenas 41% dos participantes desligam
sempre os equipamentos no próprio aparelho.
Parece verificar-se que a generalidade dos inquiridos tem
um conhecimento médio-alto sobre o uso eficiente e poupança de energia e uma
atitude “positiva” face à conservação de energia. Este resultado pode ser justificado
pelo envolvimento dos participantes no programa EE e pela temática deste, o que
estará relacionado com motivação e conhecimento para atuar.
Este estudo
envolveu maioritariamente mulheres, o que, de certa forma, está de acordo com o
facto destas estarem em maior número na atividade docente. Corroborando, um
estudo publicado pela Revista Climatização (Maio/Junho 2011), demonstra que é o
público masculino, em geral, quem demonstra estar menos sensibilizado para esta
temática”.
Funcionários do Colégio Valsassina numa
ação de informação e sensibilização sobre eficiência energética. Este tipo de
iniciativas são frequentes nas Eco-Escolas e, tal como afirma Luís Cássio,
funcionário do Colégio Valsassina, “contribuem para uma postura mais pró-ativa
na gestão dos recursos”.
Os resultados obtidos encontram semelhança na investigação
Energyprofiler[1]
que revelou que, a generalidade dos portugueses possui um conhecimento
“médio-alto” sobre o uso eficiente de energia e que a maioria das pessoas
considera importante poupar energia. Também
o estudo realizado pelo Observa[2]
revela que muitos portugueses optam por uma postura pró-activa, sobretudo em
sua casa, no sentido de uma maior eficiência na gestão dos recursos.
De uma forma
geral este estudo revela que os professores envolvidos no programa Eco-Escolas
apresentam uma atitude que se pode considerar positiva face ao consumo de
energia. Contudo, sugere também a necessidade de desenvolver certas ações, como
por exemplo: combater o “stand-by”; e promover a adoção de práticas de
monitorização de consumos em casa.
Carolina Fonseca, Catarina Pauleta, Catarina Soares, Diogo
Oliveira, Diogo Silva, Gonçalo Pereira, Joana Duarte, Júlia Sales Estaca,
Manuel Portela, Maria João Sancho, Maria Inês Ferrão, Patrícia Nascimento,
Pedro Leal, Vasco Diogo.
Jovens Repórteres para o Ambiente. Colégio Valsassina
[1] http://www.energyprofiler.info/sobre.php. Investigação realizada em Janeiro de
2010, da responsabilidade da Energaia e financiada pela ERSE. . Consistiu
na realização de um inquérito telefónico
à escala nacional a mais de 1000 agregados familiares. Este consistiu num
estudo e análise de perceções, atitudes, competências e padrões de utilização
de energia por parte do sector residencial.
[2]
Disponível on line em http://ecoline.ics.ul.pt.
Este estudo envolveu 700 inquéritos em todas as regiões do país.