terça-feira, março 20, 2007

Ocupação antrópica das bacias hidrográficas – o exemplo das barragens

Barragem do Alqueva

Em todos os subsistemas da Terra – atmosfera, hidrosfera, geosfera e biosfera há intervenção do Homem. No caso particular da hidrosfera, em concreto das barragens há vários aspectos a ter em conta relativamente ao impacto da construção de uma barragem nos ecossistemas que a envolvem.

Começando por alguns conceitos que convém não esquecer para melhor compreender este tema gostaria de relembrar o conceito de rio como um curso de água de caudal variável que desagua noutro curso, num lago, ou no mar; o de rede hidrográfica como o conjunto formado por um rio e seus afluentes e por fim o de bacia hidrográfica como o conjunto formado pela rede hidrográfica quando somada com toda a área geográfica cujos aquíferos se dirigem para um dado rio.

Entendemos por barragem uma construção de grande porte que tem como objectivo elevar o nível natural das águas de um rio para melhor explorar essas mesmas águas. Porém há vários aspectos a ter em conta na construção de uma barragem por um lado é necessário ponderar os aspectos a favor e contra e por outro há certos obstáculos que podem dificultar a construção de uma barragem. Começando por estes últimos serão de destacar: o interesse por parte das empresas que monopolizam o mercado das energias e às quais não interessa que se verifique um aumento no mercado das energias renováveis e consequente diminuição do mercado da energia retirada dos combustíveis fósseis; os custos de manutenção; os custos das novas tecnologias associadas à produção de energia hidroeléctrica e por último a corrupção. Seguidamente devem ser apreciados os referidos prós e contras da construção da barragem: a favor evidenciam-se o facto de ser uma forma limpa de produzir; o armazenamento de água para vários aproveitamentos como abastecimento de povoações e rega; o facto de regularizar o caudal a jusante evitando inundações. Contra sobressaem os impactos que tem na paisagem, ao nível do relevo e das florestas, os impactos nas migrações de espécies; impedem os peixes de subirem os rios não podendo estes chegar aos locais de desova; e por fim aumentam os depósitos de sedimentos a montante o que leva à não reposição dos sedimentos costeiros por parte, por exemplo do silte que fica retido na barragem.

Finalmente não podemos esquecer-nos de toda a ocupação das zonas circundantes da barragem, a saber: construção de empreendimentos hoteleiros nas encostas circundantes, criação de clubes promotores de actividades náuticas utilizando as águas da barragem.

Concluindo, o ser humano necessita de ocupar mas há que ponderar correctamente todas as razões favoráveis e desfavoráveis com vista a uma ocupação racional e sustentável dos subsistemas terrestres.


António Lima Grilo, 11º 1A

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