É o que mostra o Relatório Planeta Vivo 2006, relatório bianual divulgado pela rede WWF. O documento analisa o estado da natureza e indica que, se as atuais projeções se concretizarem, a humanidade consumirá até 2050 duas vezes mais recursos do que o planeta pode gerar por ano.
O "Planeta Vivo 2006" reúne diferentes dados para compilar dois indicadores do bem estar da Terra. O primeiro é o índice Planeta Vivo, que avalia a biodiversidade, baseado nas tendências de mais de 3600 populações de 1300 espécies vertebradas no mundo. O segundo índice, a “pegada ecológica”, mede o impacto da humanidade sobre a biosfera (quantos hectares uma pessoa necessita para produzir o que consome por ano).
O documento, o sexto da série, confirma a tendência de perda de biodiversidade, já apontada nos levantamentos anteriores. Os números gerais indicam uma acentuada perda de recursos naturais. Em 33 anos (entre 1970 e 2003), houve redução de um terço das populações de espécies de vertebrados analisados.
Em simultâneo, a “pegada ecológica” da humanidade aumentou a ponto de ameaçar a capacidade de regeneração do planeta (biocapacidade). O ponto de equilíbrio entre o consumo e a regeneração dos recursos naturais do planeta seria equivalente a 1,8 hectares globais por ano por pessoa. Porém, o relatório mostra que já consumimos mais do que isso para manter os padrões atuais de vida.
É interessante verificar que a pegada ecológica média per capita de um português é muito semelhante à dos japoneses. Tal facto revela os fracos índices de eficiência energética e a má utilização dos recursos naturais no nosso país.
Os dados mostram ainda que o consumo é mais acentuado nos países desenvolvidos. Porém as maiores perdas (biodiversidade, biomas) encontram-se em áreas em desenvolvimento. Em 30 anos, 55% das populações de espécies tropicais desapareceram devido à conversão de habitats naturais em terrenos para agricultura ou para pastagens. No mesmo período, as populações de espécies de água doce analisadas sofreram redução de 30%.
É urgente fazer algo...
João Gomes
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