quarta-feira, novembro 29, 2006

Relatório WWF 2006 - "O estado do planeta"

A degradação dos ecossistemas naturais está a acontecer a um nível sem precedentes na história...

É o que mostra o Relatório Planeta Vivo 2006, relatório bianual divulgado pela rede WWF. O documento analisa o estado da natureza e indica que, se as atuais projeções se concretizarem, a humanidade consumirá até 2050 duas vezes mais recursos do que o planeta pode gerar por ano.
O "Planeta Vivo 2006" reúne diferentes dados para compilar dois indicadores do bem estar da Terra. O primeiro é o índice Planeta Vivo, que avalia a biodiversidade, baseado nas tendências de mais de 3600 populações de 1300 espécies vertebradas no mundo. O segundo índice, a “pegada ecológica”, mede o impacto da humanidade sobre a biosfera (quantos hectares uma pessoa necessita para produzir o que consome por ano).

O documento, o sexto da série, confirma a tendência de perda de biodiversidade, já apontada nos levantamentos anteriores. Os números gerais indicam uma acentuada perda de recursos naturais. Em 33 anos (entre 1970 e 2003), houve redução de um terço das populações de espécies de vertebrados analisados.


Em simultâneo, a “pegada ecológica” da humanidade aumentou a ponto de ameaçar a capacidade de regeneração do planeta (biocapacidade). O ponto de equilíbrio entre o consumo e a regeneração dos recursos naturais do planeta seria equivalente a 1,8 hectares globais por ano por pessoa. Porém, o relatório mostra que já consumimos mais do que isso para manter os padrões atuais de vida.



É interessante verificar que a pegada ecológica média per capita de um português é muito semelhante à dos japoneses. Tal facto revela os fracos índices de eficiência energética e a má utilização dos recursos naturais no nosso país.


Os dados mostram ainda que o consumo é mais acentuado nos países desenvolvidos. Porém as maiores perdas (biodiversidade, biomas) encontram-se em áreas em desenvolvimento. Em 30 anos, 55% das populações de espécies tropicais desapareceram devido à conversão de habitats naturais em terrenos para agricultura ou para pastagens. No mesmo período, as populações de espécies de água doce analisadas sofreram redução de 30%.


É urgente fazer algo...

João Gomes

Compostagem


Nas últimas décadas, a gestão e tratamento dos resíduos sólidos urbanos (RSU) tem vindo a assumir uma importância crescente. A contaminação do solo, do ar, da água e a ocupação de grandes áreas são alguns dos pontos negativos do destino final mais vulgar de certos resíduos. Assim, é fundamental dar um destino correcto aos resíduos, que passa pela sua valorização: a produção de novos materiais (reciclagem); e de energia eléctrica são apenas alguns exemplos.

A compostagem é o processo de reciclagem da fracção fermentável (matéria orgânica) dos resíduos sólidos urbanos (RSU), e constitui uma forma de eliminar uma parte importante do problema dos RSU, dando um destino útil aos resíduos orgânicos.

Material a reciclar

É um processo natural de decomposição biológica. Evita a acumulação de RSU em aterro e devolve à terra os nutrientes de que necessita.
Este processo permite tratar os resíduos orgânicos domésticos (restos de comida e resíduos de jardim) bem como os resíduos provenientes da limpeza de jardins e parques públicos.
Desta forma transforma-se um problema numa solução.



Aspecto final do composto

A compostagem é uma actividade desenvolvida pelos alunos do 10º ano, na disciplina de Biologia e Geologia. Desta forma valorizamos uma parte dos resíduos orgânicos produzidos no Colégio Valsassina. Os alunos têm como desafio o estudo (descoberta) das bases biológicas deste processo, promovendo assim um ensino prático/experimental.


Sistema de Deposição Selectiva RSU - Colégio Valsassina

Educação para o Desenvolvimento Sustentável

A Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou a resolução 57/254 que instituiu a Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável EDS (2005 a 2015).
O tema é suficientemente vasto e abrangente para permitir, com alguma imaginação, integrar actividades que já têm sido desenvolvidas no sentido de minimizar a degradação dos ecossistemas, contribuir para a melhoria da qualidade do ambiente a nível local e regional e contribuir para o bem estar do indivíduo (segurança, saúde, lazer, etc.)
No Relatório “O Nosso Futuro Comum” - (1987) considera-se que o Desenvolvimento Sustentável é uma “concepção de progresso que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade das futuras gerações satisfazerem as suas”, conceito que “...implica certos limites - não limites absolutos, mas sim limitações impostas pelo estado actual da tecnologia e da organização social relativamente aos recursos ambientais e pela capacidade da biosfera absorver os efeitos das actividades humanas”.
“... O Desenvolvimento Sustentável não é um estado de harmonia fixo, mas antes um processo de mudança em que a exploração de recursos, a orientação dos investimentos e desenvolvimento tecnológico além das transformações institucionais têm de dar resposta às necessidades tanto futuras como presentes”.
Na Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento (1992), estabelece - se que :
- princípio 1 “Os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Eles têm direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com a natureza”;
- princípio 4 - “Para se alcançar um desenvolvimento sustentável, a protecção do ambiente deve constituir uma parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada independentemente dele”.

A UNESCO (1999) estabelece que a EDUCAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO... é um processo de investigação / educação / acção permanente, centrado na interacção das dinâmicas:
- do meio abiótico;
- do mundo vivo não humanizado;
- das sociedades humanas.

Tal como foi reafirmado em Joanesburgo, qualquer Estratégia de Desenvolvimento Sustentável deverá ser suportada por três pilares indissociáveis – Sociedade - Ambiente – Economia.
Serão relevantes todos os planos/campanhas/actividades que tenham por objectivo sensibilizar, informar e conduzir à adopção de novos comportamentos no sentido de se alcançar o desenvolvimento sustentável, destinadas a públicos – alvo diversificados: os industriais e outros agentes económicos, visando uma correcta gestão dos recursos (p. ex. economia de energia e de matérias-primas, controlo e minimização dos factores de poluição, uso correcto de produtos químicos por parte dos agricultores, boa gestão do uso do solo, etc.); os consumidores, para preferirem produtos mais amigos do ambiente, para evitarem o desperdício de materiais e para utilizarem correctamente a energia.
Assim a partir de um painel de saberes, holísticos e transdisciplinares, a Educação para o Desenvolvimento Sustentável, promove a formação dos cidadãos e incentiva a sua participação na gestão ambiental.
Entre os valores fundamentais que deve promover a EDS contam-se pelo menos os seguintes:
• O respeito da dignidade e dos direitos humanos de todas as pessoas do mundo e o compromisso com a justiça social económica para todos
• O respeito dos direitos humanos das gerações futuras e o compromisso com a responsabilidade intergeracional
• O respeito e o cuidado pela grande comunidade da vida em toda a sua diversidade, o que inclui a protecção e o restabelecimento dos ecossistemas da terra
• O respeito da diversidade cultural e o compromisso de criar à escala local e mundial uma cultura de tolerância, de não-violência e de paz

Estamos a desenvolver, no Colégio Valsassina, uma rede de projectos através dos quais pretendemos ir de encontro a tais valores.
Projectos:
o Eco-Valsassina / Programa Eco-Escolas (desde 2003/04)
o Carbon Force (desde 2005/06)
o Eco-Eficiência: Uma visão Global (Concurso Ciência Viva VI – ID 1155) (desde Jan. 2006)
o Eco-Escolas e Critérios de Qualidade para escolas – Educação para o Desenvolvimento Sustentável (projecto piloto 2006/07 – apenas em 3 escolas/agrupamentos a nível nacional) (iniciado em Setembro 2006)
o Plantas e Bichos de Lisboa e Ver(de) Lisboa – Oferta Educativa C.M.L. – Div. Educação e Sensibilização Ambiental (desde 2003/04)
o Compostagem (desde 2003)

Enfim pretendemos, tornar os nossos alunos mais instruídos, mais conhecedores, mais informados, desenvolver o sentido moral, o sentido das suas responsabilidades, o sentido crítico e de os dotar da capacidade de continuar a aprender.
Se toda a gente possuísse estas capacidades e estas qualidades, os problemas do mundo não seriam resolvidos automaticamente, mas haveria os meios e a vontade de os resolver…

João Gomes

Bibliografia:
www.ABAE.pt
Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014). Contributos para a sua dinamização em Portugal. Comissão nacional da UNESCO

domingo, novembro 19, 2006

Sabes o valor da tua pegada ecológica ?

Alguma vez pensaste na quantidade de Natureza necessária para manter o teu estilo de vida? Já imaginaste avaliar o impacto no Planeta das tuas opções no dia-a-dia, daquilo que consomes e dos resíduos que geras?


Só existe uma Terra e todos dependemos dela para viver. Proteger o nosso modo de vida - e o das outras espécies - depende da certeza de que não gastamos mais do que a Natureza pode repor.

Mas qual é a quantidade de "Natureza" que usamos? O Questionário da Pegada Ecológica foi criado para sabermos isso. Permite calcular a parcela do Planeta que é necessária para mantermos o nosso actual estilo de vida. O objectivo deste instrumento é ajudar cada um de nós a tomar consciência do impacto ambiental que provoca no Planeta e encorajar-nos a tentar reduzir esse impacto negativo. Mais, podemos ainda fazer a diferença de outra forma, envolvendo neste processo os nossos amigos e familiares, e influenciando com estes resultados os poderes políticos.

Três passos para, em conjunto, tornarmos a sustentabilidade numa realidade:

Passo 1. Responde ao Questionário da Pegada Ecológica:
Em: http://www.m-almada.pt/pegada/index.php
Ou em: http://www.ecologicalfootprint.org/

A Pegada Ecológica calcula a área de terreno produtivo (terra e água) necessária para produzir os recursos que utiliza e assimilar os resíduos que produz.
Poderás então comparar a tua Pegada Ecológica com a capacidade produtiva do Planeta: para cada um dos 6 biliões de habitantes da Terra existe, em média, cerca de 1.9 hectares de terrenos biologicamente produtivos.

Passo 2. Vive Bem e Sustentavelmente

A partir do momento em que conheces a tua Pegada Ecológica, podes começar a explorar e a pôr em prática formas de melhorar a tua qualidade de vida e, simultaneamente, diminuir o teu impacto no ambiente. Comprometa-te a fazer a diferença com a tua própria vida.

Passo 3. Junta-te ao Esforço Global

Após completar o teu Questionário da Pegada Ecológica, partilha-o com os teus amigos, familiares e vizinhos. Pergunta à tua família, aos seus colegas no trabalho e aos teus vizinhos de que modo é que estão também dispostos a diminuir o seu impacto no Planeta.
Envolve os outros. Ouvir as suas preocupações e anseios sociais e ambientais é a forma mais poderosa de gerar alterações positivas.
Desafia também os governos e os agentes económicos a acompanharem e controlarem o uso de recursos naturais nas suas instituições e empresas. Esta é também uma boa contribuição para uma sociedade mais responsável e preocupada com a sustentabilidade.

O nosso lema é: Pensar a Terra, Agir no Valsassina…

Junta-te a nós…

Primeira reunião do Conselho Eco-Escolas

O Conselho Eco-Escola é a força motriz do Programa Eco-Escolas e deve assegurar a execução dos outros elementos deste programa (auditoria ambiental; plano de acção; monitorização e avaliação; trabalho curricular; Informação e envolvimento da escola e comunidade local; Eco-código).
Ao Conselho Eco-Escolas cabe-lhe implementar a auditoria ambiental, discutir o plano de acção, monitorizar e avaliar as actividades e, ainda, coordenar as formas de divulgação do Programa na escola e comunidade.
O Conselho inclui representantes dos alunos, dos professores, do pessoal não docente, e de entidades externas ao Colégio.



As reuniões do conselho são o palco ideal para o exercício da cidadania dos diferentes intervenientes que são, desta forma, envolvidos no processo de tomada de decisão. De realçar que todos os membros do Conselho têm igualdade de voto, e todas as decisões são sempre tomadas por maioria.
O conselho reúne, pelo menos, uma vez por período. A primeira reunião relativa ao ano lectivo 2006/07 realizou-se no passado dia 14 de Novembro.
Entre os assuntos discutidos são de destacar:
- a elaboração da Carta Ambiental do Colégio Valsassina. Está em período de discussão até ao final de período (consultar www.cvalsassina.pt)
- as actividades a realizar por temas e por níveis de ensino;
- a transversalidade das actividades;
- o trabalho a desenvolver no âmbito do tema do ano, “Alterações Climáticas”. Sendo de realçar o desenvolvimento do Projecto Carbon Force no Colégio.
- a candidatura do Colégio Valsassina, através do projecto Eco-Valsassina, à rede de escolas associadas da UNESCO.

terça-feira, novembro 14, 2006

Discussão da carta ambiental do Colégio Valsassina

Pensar a Terra, Agir no Valsassina


O Colégio Valsassina considera o desenvolvimento sustentável um princípio fundamental a ter em conta quando se planifica a vida diária da escola, as suas mudanças e o desenvolvimento a longo prazo. Por essa razão, a escola está empenhada em mudanças profundas ao nível dos objectivos e dos papéis das instituições educativas.
A nossa escola procura oferecer aos alunos um contexto que favoreça o desenvolvimento da cidadania e da participação activa, abrangendo a complexidade das combinações sociais, económicas, políticas e ambientais inerentes ao desenvolvimento sustentável.

Assim, na sequência do trabalho desenvolvido consideramos ser o momento adequado para a elaboração de uma “Carta Ambiental”. Pretendemos que este documento seja a referência da sustentabilidade ambiental do Colégio enquanto instituição, mas acima de tudo, um conjunto de princípios a usar no dia-a-dia de todos os elementos que fazem parte da nossa comunidade escolar.

Na primeira reunião do conselho eco-escolas do ano lectivo 2006/07, que se realizou no dia 14 de Novembro, foi discutido um documento que pretendemos que venha dar origem à “Carta Ambiental do Colégio Valsassina”.

Queremos a colaboração de todos. Este documento está em fase de discussão até ao final do 1º período.
Até essa data gostaríamos de receber o vosso contributo.
Para consultar o "documento em discussão" pode solicitá-lo por mail (ecovalsassina@hotmail.com) ou consultar www.cvalsassina.pt

Enviem as vossas propostas para: ecovalsassina@hotmail.com

Festa do hastear da bandeira 2006



BANDEIRA VERDE
2003-04
2004-05
2005-06

domingo, novembro 12, 2006

Ambiurbe - por um desenvolvimento sustentável


De 8 a 12 de Novembro a AIP conjugou esforços no sentido de levar até ao Mercado e à Sociedade uma iniciativa que pela 1ª vez reúne num espaço único e com uma visão integrada duas acções que se complementam e potenciam:

• o AMBIURBE - 1º Salão Internacional do Desenvolvimento Sustentável;
• o 2º FÓRUM RSO - Fórum Português da Responsabilidade Social das Organizações.

Estas exposições constituíram uma oportunidade única para as Empresas e Entidades apresentarem os seus equipamentos, produtos, serviços e soluções, a um alargado universo de profissionais, bem como ao público em geral, num espaço especialmente preparado para o efeito e com uma forte componente de debate e discussão sobre as principais temáticas do sector.

Relativamente à Ambiurbe, destacamos o facto de estar organizada em torno de quatro pilares estruturantes: Água, Energia, Resíduos e Ordenamento do Território e Conservação da Natureza.

O Colégio Valsassina, como eco-escola, não podia deixar de estar presente nesta feira. No dia 12 de Novembro, uma comitiva do conselho eco-escolas visitou a exposição, estabeleceu contactos, tirou ideias, sempre pela mesma razão, a procura de um melhor futuro…
Pensar a Terra, Agir no Valsassina…


O Conselho Eco-Escolas