quarta-feira, março 13, 2013

Conselho Eco-Escola



Conselho Eco-Escola
Colégio Valsassina


2ª Reunião - 2012/2013
15 Março 2013
Auditório, 12h05



Ordem de Trabalhos


1.    Informações
2.    Plano Acção
3.    Avaliação
4.    Semana Verde / Dia Eco-Escola
5.    Outros

sábado, março 09, 2013

O Papel dos Jardins Zoológicos na conservação da biodiversidade


O Papel dos Jardins Zoológicos na conservação da biodiversidade

Mariana Monteiro
Das 8,7 milhões de espécies descobertas no nosso planeta, cerca de 16 000 encontram-se em perigo de extinção. Os Zoos são espaços desenhados para garantir o bem-estar animal, e ao mesmo tempo espaços que oferecem atividades ao ar livre e momentos de puro lazer para o público em geral. Conservar, educar e proteger, são os elementos chave do papel dos Jardins Zoológicos na conservação da biodiversidade.

Tradicionalmente, um Jardim Zoológico é um local que se destina a acolher animais domesticados e selvagens a fim de os exibir para o público. E, para muitos cidadãos, o zoo é apenas isso: um parque onde é engraçado ir de vez em quando ver animais de espécies exóticas. Todavia, um Zoo é muito mais do que um sítio para passar o dia: o zoo desempenha um papel de extrema importância no desenvolvimento da educação ambiental e na conservação da biodiversidade.
Das 8,7 milhões de espécies descobertas no nosso planeta, cerca de 16 000 encontram-se em perigo de extinção, número que vai crescendo de dia para dia, devido em grande parte à atividade humana. À medida que a atividade e ocupação antrópica vai crescendo, maiores são os impactes sobre o ambiente condicionando negativamente as populações. Por consequência, o número de espécies ameaçadas ou mesmo extintas está a crescer. Contudo, devido a iniciativas apoiadas por jardins zoológicos em todo o mundo, algumas espécies estão lentamente a recuperar ao seu “normal” e as suas populações estão a voltar a para a natureza.
Dos cerca de 12 000 Zoos em todo o mundo, uma parte significativa desenvolve um trabalho árduo em restaurar espécies de diferentes origens que se encontram em perigo. São criados processos de recuperação de espécies e esses procedimentos são árduos, longos e até educativos na medida em que para criar o ambiente perfeiro para uma espécie poder crescer e reproduzir-se, é necessário estudar bastante a espécie em questão.
Esses processos apoiados pelos jardins zoológicos relacionam-se com programas que gerem cuidadosamente a vida de uma determinada espécie em perigo. O objetivo deste tipo de programas é manter uma população saudável e auto-suficiente que é geneticamente diversificada e demograficamente estável. Por outras palavras, que uma população seja “forte” o suficiente para sobreviver na natureza sem a ajuda humana.
Todavia, estes processos de restauração de espécies não são simples, sobretudo no que diz respeito ao controlo (e sucesso) da sua reprodução. Contudo, são inúmeros os casos em que as espécies morrem porque por serem bastante sensíveis, e por não conseguirem sobreviver em cativeiro. Manter a integridade genética da espécie em causa também não é fácil. Mas, manter a diversidade genética tem o seu custo, e nem todos os Zoos têm orçamento para tal manutenção. Não obstante, a criação de redes e parcerias entre Zoos, Universidades e ONG’s, não só permite criar sinergias e dar resposta às necessidades, como vai de encontro aos reais problemas associados à conservação das espécies a nível local. Corroborando, os biólogos Dalia Conde[i] e Alexander Scheruerlein afirmam que “embora seja verdade que o número de espécies em perigo e animais individuais em qualquer zoo seja pequeno, se várias instituições se juntarem, os Jardins Zoológicos apresentarão um potencial considerável em reproduzir espécies de animais em perigo de extinção.”.
Sendo os Zoos desenhados para garantir o bem-estar animal, são ao mesmo tempo espaços que atividades ao ar livre e momentos de puro lazer para o público em geral. Deste modo, poder-se-á que há três elementos chave no papel dos Jardins Zoológicos: Conservar, educar e proteger. Deste modo, os Jardins Zoológicos apresentam um papel ativo na gestão de iniciativas que visam a recuperação de espécies em perigo, sendo que através desses programas participam ativamente na conservação da biodiversidade.


[i] Bióloga do Instituto Max Planck, uma das autoras de um artigo sobre o papel dos Zoos na conservação das espécies publicado na revista Science. Consultado online em http://ipevs.org.br/blog/?tag=zoologicos.

Zoos: porta de comunição com a vida selvagem. Os zoos, atualmente, desempenham um papel fulcral na proteção das espécies.


Zoos: porta de comunição com a vida selvagem
Os zoos, atualmente, desempenham um papel fulcral na proteção das espécies.
Carolina Madeira Fonseca. Colégio Valsassina. Lisboa

A biodiversidade do Planeta está agora mais ameaçada do que em qualquer outro período histórico. Cada vez mais, os Zoos já não são meros locais de entretenimento, são um recurso valioso, em matéria de educação do público, de conservação das espécies e de investigação científica. Atuam junto à sociedade e à natureza, não apenas interagindo como museus vivos para apresentar sua coleção de animais ao público visitante, mas também colaborando com a conservação ex situ das espécies que abrigam.

É hoje reconhecido que a biodiversidade do Planeta está agora mais ameaçada do que em qualquer outro período histórico, estimando-se mesmo que cerca de onze mil espécies de plantas e animais corram o risco de extinção iminente num futuro próximo
O problema da redução da biodiversidade, não sendo novo, assumiu no século XX – e sobretudo nas suas últimas décadas - proporções nunca antes atingidas, conforme resulta do relatório “Global Diversity Assessment”, promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA).
Para diminuir ou evitar a perda da Biodiversidade é necessário preservar umas e de conservar outras espécies. Para tal é necessário criar mecanismos de proteção das espécies, principalmente das em risco de extinção.
Da lista de mecanismos fazem parte, o armazenamento de sementes ou de embriões, manutenção de alguns indivíduos em zoológicos, terrários, aquários e viveiros, até a criação de áreas protegidas e de preservação, que conservam não só as espécies, mas também os ecossistemas onde estas se inserem.
Estes locais permitem que as espécies se reproduzam num ambiente semelhante ao seu habitat natural, e mais tarde, quando preparados para uma vida autónoma os animais são desenvolvidos ao local de origem. A troca de animais entre zoos impede o cruzamento de indivíduos da mesma espécie, evita a consanguinidade e pode promover a variabilidade genética das espécies o que, pelo menos potencialmente, contribuiu para assegurar a sua sobrevivência,.
De acordo com um estudo publicado pela revista Science (em 18 de março de 2011), os Jardins Zoológicos tornaram-se numa peça fundamental para a protecção e conservação dos animais ameaçados de extinção.
De que se alimentam os macacos? Será verdade que os elefantes vêm a preto e branco? Em que ambiente vivem os koalas? Por vezes deparamo-nos com questões a cerca da vida selvagem às quais não conseguimos dar resposta, respostas estas que chegam até nós através dos zoos.
Eles estão presentes em todo o mundo, são acessíveis a uma grande parte da população e mantêm sob seus cuidados uma significativa quantidade e biodiversidade de animais. Deste modo, atuam junto à sociedade e à natureza, não apenas interagindo como museus vivos para apresentar sua coleção de animais ao público visitante, mas também colaborando com a conservação ex situ das espécies que abrigam e in situ, por exemplo, através de uma rede de parcerias e de projetos de investigação.
Atuam de várias formas na conservação das espécies, promovendo a criação em cativeiros, realizando pesquisas em zoologia e biologia das espécies cativas, muitas vezes em parceria com instituições de pesquisas nacionais e internacionais, participam da libertação de animais e também realizam atividades em educação ambiental, aumentando o interesse, afeição e conhecimento do público em geral sobre a fauna silvestre.
Os Jardins Zoológicos apresentam-se como uma forma de incentivar o interesse das pessoas pelo mundo natural, muito para além das grandes cidades e da vida urbana. Direta ou indiretamente, estes locais contribuem para o combate às alterações climáticas e a consequente conservação da natureza e biodiversidade. Ao sensibilizar os visitantes dos problemas que afetam os animais e plantas, estão a contribuir para a sensibilização das pessoas a tomarem atitudes mais responsáveis e ecológicas. Com isto, as pessoas tendem a preocupar-se com a natureza em prol da sobrevivência dos animais. Assim, tende a demonstrar o papel que a ação humana tem na conservação das espécies.
Hoje em dia, os Zoos já não são meros locais de entretenimento, são um recurso valioso, em matéria de educação do público, de conservação das espécies e de investigação científica. 

Zoos: Educação, Conservação e Diversão


Zoos: Educação, Conservação e Diversão
Ana Catarina Pauleta
Colégio Valsassina
Fevereiro 2013
O Jardim Zoológico de Lisboa foi criado em 1884. Este foi o primeiro parque deste tipo a ser fundado na Península ibérica, sendo atualmente um local onde é possível aliar a conservação e a educação. Os Parques Zoológicos têm apostado e esforçado em reproduzir animais em cativeiro e devem assumir-se como um elemento chave para a conservação quer in situ, quer ex situ das espécies que abrigam, contribuindo assim para o combate à redução na biodiversidade.

            O Jardim Zoológico de Lisboa foi criado em 1884. Este foi o primeiro parque deste tipo a ser fundado na Península ibérica. Nele habitam mais de 360 espécies de todo o reino animal. Destas, 54 são EEP’s (the European Endangered species Programme). Atualmente, o Jardim Zoológico de Lisboa é um local onde é possível aliar a conservação e a educação. É também uma fonte de entretenimento e diversão visitado diariamente por centenas de pessoas dos 0 aos 80 anos.
           Um estudo do Governo Alemão e da Comissão Europeia durante a presidência alemã do G8 aponto que a diminuição da biodiversidade pode reduzir para metade os recursos das populações mais pobres do mundo. Também prevê uma descida de 7% no PIB mundial até 2050 causado pela degradação da natureza.
           Uma das formas mais evidentes de redução da biodiversidade é a extinção das espécies. Esta é, muitas vezes, uma consequência de problemas ambientais, políticos, sociais e/ou culturais. O aumento do efeito de estufa, a destruição de habitats, a caça mortífera, as alterações em ecossistemas, são alguns fatores que contribuem para esta diminuição.
Neste contexto, os Jardins Zoológicos assumem cada vez mais um papel de extrema importância no combate à redução da biodiversidade. Estes possuem em cativeiro animais (muitos dos quais em perigo de extinção) e proporcionam lhes um habitat estável e com todas as condições para se reproduzirem. “Um animal feliz no Zoo é aquele que consegue reproduzir muitas vezes.”. Atuam assim na conservação das espécies, promovendo a criação em cativeiros, realizando pesquisas em zoologia e biologia das espécies cativas (com frequência em parceria com instituições de pesquisas nacionais e internacionais). Ao longo dos anos, os Zoos têm apostado e esforçado em reproduzir animais em cativeiro para que os descendestes tenham uma maior possibilidade de sobreviver. Deste modo, os zoos podem, e devem, assumir-se como um elemento chave para a conservação quer in situ, quer ex situ das espécies que abrigam.
Os jardins zoológicos possuem equipas multidisciplinares, com veterinários, zoólogos e biólogos, tratadores, que acompanham todos os animais de modo a conseguir que estes sobrevivam e se reproduzam com sucesso. Há um especial cuidado para tornar o sítio onde os animais vivem o mais parecido possível com a realidade, ou seja, é semelhante aos habitats naturais e são desenvolvidos mecanismos para que os animais tenham os mesmos regimes alimentares como no estado selvagem. Desta forma, os animais não ficam domesticados, podendo, potencialmente, um dia mais tarde voltarem ao mundo selvagem.
Os Zoos também têm como papel fundamental relembrar as pessoas que há milhares de espécies de animais no mundo e que muitas estão em perigo. Permitem uma verdadeira viagem pelo mundo. Estes dão a conhecer os animais a milhares de pessoas, permitindo uma certa interação, de forma a conhece-los e assim sentirem-se sensibilizadas a respeitar a vida animal, contribuindo para aumentar a sua consciência ecológica.
Em suma, os Jardins Zoológicos, não só têm um importante papel na parte da educação, como na parte de conservação de pequenas relíquias do mundo, os animais. Ir a um Jardim Zoológico não só é uma forma de diversão e entretenimento como um adquirir de conhecimentos sobre cada espécie e do mundo, contribuindo assim para o combate à redução na biodiversidade. Com menor diversidade de espécies a vida na Terra torna-se mais sujeita a alterações ambientais. Pelo contrário, quanto mais rica é a diversidade biológica maior é a oportunidade para descobertas no âmbito da medicina, da alimentação, do desenvolvimento económico e de serem encontradas respostas adaptativas a essas alterações ambientais. Como tal, os Jardins Zoológicos assumem-se como um dos pilares fundamentais para a conservação das espécies.

Drenagem ácida condiciona biodiversidade na Ribeira de Águas Fortes em Aljustrel








A drenagem ácida é muito comum nas minas de pirite, e é gerada quando minerais, que se encontram a grande profundidades e que contêm sulfetos, são expostos a ambientes abertos e entram em contacto com oxigénio e água, gerando sulfatos (substâncias ácidas). Estes, quando não controlados, podem contaminar as águas subterrâneas e os cursos de água que circundam a mina.
Uma investigação a um troço da Ribeira das Águas Fortes, uma linha adjacente à Mina de Aljustrel, procurou detectar a presença de macroinvertebrados. Estes, devido á sua sensibilidade aos fatores do meio, podem ser utilizados como um possível bioindicador do estado de linhas de água (Harmitage et. al, 1983 in Alba-Tercedor & Sánchez-Ortega, 1988). Após a recolha de amostras ao longo de uma extensão de 1000m (com amostras de 200 em 200 metros, com início a cerca de 500 metros da sua nascente) e posterior análise, não foi encontrado nenhum macroinvertebrado.
De acordo com a aplicação do índice BMWP[1], a este dado, o resultado final é 0.
Este, segundo esse índice, é indicativo de que o estado da água da ribeira de Águas Fortes é de classe V, ou seja “águas fortemente contaminadas” (Alba-Tercedor & Sánchez-Ortega, 1988).
Relativamente à biodiveridade vegetal na área envolvente da linha de água estudada, constatou-se ser reduzida, encontrando-se principalmente duas espécies, a Lavandula stoechase e a Cistus ladanifer. Esta última é uma planta tipicamente mediterrânea e bem adaptada a solos pouco desenvolvidos (Batista et al., 2012), como é o caso do solo em questão.
Esta mesma espécie apresenta capacidades para se desenvolverem em locais degradados pela atividade mineira, com baixo conteúdo em nutrientes e com elevados teores de chumbo (Pb) no solo, sem apresentarem evidentes sinais exteriores de stress (Abreu et al. 2012). Talvez seja por uma as poucas plantas aqui identificadas por isso mesmo, por ser das poucas que aqui consegue sobreviver.

Francisco Paim, Henrique Avelar. Colégio Valsassina

Agradecimentos: Este trabalho não teria sido possível de se realizar sem a colaboração de Filipe de Avelar, por toda a disponibilidade e apoio, em particular por ter permitido a realização do trabalho de campo na sua propriedade.

Alba-Tercedor, J. & Sánchez-Ortega, A. (1988). Un Método rápidp y simple para evaluar la calidad biológica de las águas corrientes basado en el de Hellawell (1978). Limnética, 4: 51-56 (1988). Asociación Española de Limnologia. Madrid. Spain.
Batista, M. J. ; Abreu, A. A ; Pinto, M. S. (2006) Contribuição do Cistus ladanifer L. para a atenuação dos efeitos da exploração em algumas minas da Faixa Piritosa Ibérica. Évora. [s.n.], 2006. il., 1 figura e 2 tabelas ; Sep. de: VII Congresso Nacional de Geologia : Livro de Resumos, II, 2006, p. 447-450.
Abreu, M.M.; Santo E.S.; Anjos C.; Magalhães M.C.F.; Nabais, C. (2012). Capacidade de absorção do chumbo por plantas do género Cistus espontâneas em ambientes mineiros. Revista de Ciências Agrárias. Disponível online em http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rca/v32n1/v32n1a16.pdf . consultado em 13/10/12.



[1] http://www.cienciaviva.pt/rede/oceanos/1desafio/Macroinvertebrados%20-
%20protocolo.pdf e http://www.cienciaviva.pt/rede/oceanos/1desafio/Macroinvertebrados%20-%20tabela%20familias%20A4.pdf, consultados a 17/11/12.

Centro mineiro de Aljustrel apresenta um elevado potencial económico e social. Vertente ambiental deve mais ser desenvolvida.


Centro mineiro de Aljustrel apresenta um elevado potencial económico e social. Vertente ambiental deve mais ser desenvolvida.







A Faixa Piritosa Ibérica (FPI), onde se encontra a região do Baixo Alentejo, constitui o maior distrito mineiro europeu, estendendo-se por uma faixa de aproximadamente 250 km que atravessa o sul da Península Ibérica, onde são conhecidas várias dezenas de minas.
A mina de Aljustrel localiza-se nessa Faixa, mundialmente reconhecida pela sua riqueza em jazigos de sulfuretos maciços vulcanogénicos, vulgarmente conhecidos por pirites. Esta província metalogenética forma um arco com uma extensão de 250 km de comprimento e 30 a 60 km de largura, que abrange parte do Alentejo, do Algarve e da Andaluzia.
No centro mineiro de Aljustrel conhecem-se reservas superiores a 250 milhões de toneladas de pirite o que faz desta mina uma das maiores da Faixa, a par de Neves Corvo (mina em atividade localizada próximo de Almodôvar), e de Rio Tinto, Los Frailes-Aznalcollar, Tharsis, La Zarza e Sotiel-Migollas (áreas mineiras atualmente abandonadas e situadas em Espanha).
“As minas são tudo, são a nossa vida”. É assim que, Gisela Ramos, habitante na Vila de Aljustrel, descreve a importância que a Mina de Aljustrel representa na economia local.
Mas apesar da sua importância verifica-se igualmente um contributo negativo: o impacto, quer visual quer ambiental, do processo mineiro na região é bastante notório condicionando a qualidade de vida da população devido à contaminação de solos, sedimentos e águas.
Um dos impactes ambientais evidentes neste local é fenómeno conhecido por drenagem ácida. A cor vermelho-acastanhada, evidente na imagem, é bem característica deste problema.
Esta é muito comum nas minas de pirite, e é gerada quando minerais, que se encontram a grande profundidades e que contêm sulfetos, são expostos a ambientes abertos e entram em contacto com oxigénio e água, gerando sulfatos (substâncias ácidas). Estes, quando não controlados (por exemplo, devido a escombreiras ou ao abandono de algumas instalações), podem contaminar as águas subterrâneas e os cursos de água que circundam a mina.
A vila de Aljustrel depende económica e socialmente desta mina, pelo que é necessário procurar um equilíbrio entre a vertente económica, e a vertente social e ambiental.

Carolina Fonseca, Francisco Paim, Henrique Avelar. Colégio Valsassina


Garrano: um património biológico e cultural a preservar


Vidoal (cerca de 1300/1400 m de altitude), Parque Nacional da Peneda-Gerês


O Garrano é um cavalo autóctone peninsular que vive, geralmente, em liberdade. É a figura mais emblemática da biodiversidade milenária de algumas zonas do Noroeste de Portugal.
De acordo com Maria do Mar Oom, professora assistente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e embaixadora da candidatura da raça a Património Nacional, a raça autóctone Garrana, para além da sua relevância a nível histórico e cultural, é um importante reservatório de variabilidade genética nacional, pelo que os esforços desenvolvidos no sentido da sua conservação e no apoio aos criadores, individuais ou colectivos, são fundamentais, garantindo a utilização sustentada deste recurso genético no meio rural montanhoso do norte de Portugal, onde permanece desde o Paleolítico.
Na imagem é possível observar alguns dos animais que fazem parte do atual núcleo de garranos do Parque Nacional da Peneda-Gerês, fazendo parte da sua fauna autóctone. No total são 15 animais, diz António Rebelo, técnico desta área protegida,.
Pelo seu enquadramento legal, o Parque Nacional da Peneda-Gerês possui, potencialmente, condições para a conservação deste importante recurso biológico, de uma forma holística integrando perspetivas genéticas, ambientais, sociais e culturais.


Agradecimentos: A realização deste trabalho não teria sido possível sem a colaboração da Prof. Maria do Mar Oom, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e de António Rebelo, técnico do Parque Nacional da Peneda-Gerês, pelo tempo e apoio disponibilizados para a realização deste projeto.


Catarina Caçote, Gonçalo Pereira, Joana Duarte. Colégio Valsassina

Spartina maritima: uma solução para remediar a poluição

Sapal do Rio Tejo. Parque Tejo, Lisboa


A permanente pressão antrópica das cidades costeiras tem feito chegar aos ecossistemas aquáticos quantidades crescentes de poluentes nomeadamente, de metais pesados. Neste contexto, merecem destaque as zonas estuarinas e em particular as suas margens. Por apresentarem baixo dinamismo, desenvolvem-se sapais, formados por vegetação herbácea ou arbustiva, sujeita a inundações periódicas como consequência das flutuações do nível das massas de água adjacentes.
As plantas halófitas (tolerantes a níveis médio-altos de salinidade) que aí existem a colonizar os sapais, têm capacidade para reter e/ou fitorremediar os metais, impedindo-os de entrar na cadeia trófica e de ameaçarem o ambiente e saúde pública.
A morraça (Spartina marítima) é uma das plantas existente no sapal do Tejo e é um exemplo de uma planta que tem a capacidade de absorver e acumular metais pesados nos seus tecidos.  Ao promover estes processos, impede-se a entrada de metais pesados na cadeia trófica e a sua ameaça para o ambiente e para a saúde pública.  Por serem bastante benéficos para as populações, deve-se motivar esforços no sentido de conservar as zonas estuarinas e de sapal.

Ana Catarina Pauleta, Beatriz Chagas, Mariana Monteiro. 11º1A. Colégio Valsassina

Garranos bravios do Parque Nacional da Peneda-Gerês: análises coprológicas apontam para uma elevada infeção de parasitas (estrongilídeos)

Encosta do Pisco, Serra do Gerês (cerca de 700 m de altitude). Parque Nacional da Peneda-Gerês

     O Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), considerado pela UNESCO como Reserva Natural da Biosfera e o único parque nacional em Portugal, recebeu a sua classificação em 1971.
Uma das espécies que mais se destaca no âmbito da fauna do Parque Nacional Peneda Gerês são os cavalos Garranos, os quais fazem da fauna autóctone do PNPG. Esta raça de cavalos é bastante antiga e tem conservado a sua morfologia ao longo da história. É comum ser criado em liberdade, sendo portanto um cavalo tendencialmente semi-selvagem dada a mínima intervenção do ser humano na sua criação.
       Em termos morfológicos, o cavalo garrano é um ser de pequeno porte, com altura média de cerca de 1,35 m, com pelagem castanha comum ou castanha escura, sendo mais clara no focinho. As crinas são mais escuras, pretas por vezes, tal como a cauda, com pelos encrespados. São animais que exprimem um temperamento geralmente receoso para com o ser humano quando não criado por si ou na sua presença. Caso estas últimas condições se verifiquem são animais bastante dóceis e ideias para famílias e crianças. É um animal muito resistente, adaptando-se com bastante facilidade a terrenos ingremes, podendo também, quando domesticado, percorrer longas distâncias com cargas consideráveis, sendo um animal ideal para executar tarefas agrícolas.

     Um grupo de alunos do Colégio Valsassina está a desenvolver um estudo que incide, essencialmente, sobre o parasitismo gastrintestinal dos Garranos Bravios do PNPG. A compreensão deste elemento pode contribuir não só para aumentar o conhecimento sobre este grupo de animais, mas acima de tudo pode fornecer dados que visem uma melhor gestão e conservação de um importante património natural autóctone.
     Os primeiros exames coprológicos (análise dos dejetos dos animais recolhidos durante o mês de janeiro) revelam a presença uma elevada prevalência de animais infectados, sendo que os mais comuns são os nemátodes da família Strongylidae, designados vulgarmente por estrongilídeos. Embora ainda provisórios, os resultados obtidos parecem apontar para a necessidade de um regular acompanhamento desta população, visando a avaliação do estado seu sanitário.

Agradecimentos: A realização deste trabalho não teria sido possível sem a colaboração da Prof. Maria do Mar Oom, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e de António Rebelo, técnico do Parque Nacional da Peneda-Gerês, pelo tempo e apoio disponibilizados para a realização deste projeto.

Catarina Caçote, Gonçalo Pereira, Joana Duarte. Colégio Valsassina